domingo, 4 de maio de 2008


Olá finalmente retornei ao blog. Hoje vou postar sobre um tema bem abrangente, que dá margens pra muitas discussões e debates, já que é um assunto que interessa desde os iniciantes até os mais experientes. Relacionamento aberto, como o nome já diz, é um tipo de relação que tem como principal exigência a "liberdade", ao invés do "aprisionamento" convidativo de uma vida a dois. Escrevi de uma forma mais histórica, cultural, e também particular,mas pouco critica, pois a finalidade é mostrar várias faces da questão, e não a conclusão explicita. Já que é um assunto um tanto quanto democrático, e visionário, pois depende mais do ponto de vista, do que de fatos concretos. Então fiquem a vontade para opinar, sobre o texto e sobre o tema abordado. =)


Relacionamento Aberto?

Relacionamentos, sempre foi um tema muito discutido, entre nós seres humanos, de preferência, quando se trata do laço amoroso, entre os casais.
E também é muito polemizado, já que depois da Ditadura, a liberdade de expressão ganhou um patamar a mais de coerência.
Apesar que ainda existem controvérsias a respeito de como encarar uma união conjugal.
Antigamente, casava-se por dote, ou outro motivo qualquer, e a escolha era feita pelo pai, pois o domínio da cultura era extremamente patriarcal.
Com certeza, naquela época, o amor já existia, e ia além de riqueza, boa família, ou convivência, mas tudo ficava por debaixo dos panos, ou o desejo era reprimido e a figura feminina acabava se contentando, e em muitos casos, tendo afeto pelo seu marido.
A vida era cheia de limites, o pudor ia além de nossa imaginação. O namoro era realmente uma coisa “pura”, mas não pelo fato da pureza, da verdade, e sim do conservadorismo, que faziam as coisas caminharem mais devagar. Até porque a oferta também era escassa. E quando existia, era logo classificada como imoral, pra não dizer palavras esdrúxulas.
Isso se tratando de alguns países, porque se nos aprofundarmos nas questões culturais, veremos que o conceito de certo e errado, vão além de meras reputações. Como na Turquia, por exemplo, onde um homem podia se casar com mais de uma mulher, hoje isso só é possível, através da cerimonia religiosa, em uma mesquita.
É evidente, no entanto, que a poligamia e a monogamia, são discutíveis sim, afinal, se a religião e a política de um país influenciam nesse aspecto, então não é algo palpável de escolha apenas.
Mas discutindo isso em um país como o nosso, e na América Latina como um todo, onde a lei não é tão rigorosa, e embora, o cristianismo seja ainda predominante, existe a hegemonia, de optar por vários outros caminhos.
Em pleno século XXI, nos deparamos com uma revolução sexual, embora ainda existam muitos tabus a serem derrubados, as diferenças são mais bem quistas pela sociedade, a homossexualidade, por exemplo, que sempre existiu, fato que comprova os grandes imperadores, e reis do passado, tendo casos com soldados, aliados enfim, hoje já não é vista como algo pecaminoso, embora, ainda seja discutida a questão da preferência, se de fato é algo que possa ser escolhida ou não, na minha opinião não, podemos ver por ai, passeatas, e até o dia nacional do orgulho gay que já virou data comemorativa no nosso calendário. Isso é só uma prova do quanto evoluímos mentalmente, socialmente, e psicologicamente.
Mas, quando se trata de algo, que ainda è novo pra sociedade, algo que nos remete a pensarmos em todo um padrão cultural, que nos foi imposto desde pequenos, ai fica mais complicado de digerir. Fica como se fosse algo distante de nosso mundo.
E não sabemos bem, até que ponto isso é benéfico ou não pra nós.
Hoje em dia, com tantas informações, com a globalização, com o avanço tecnológico, com a rapidez de coisas que vemos, falamos, e ouvimos, sem ter espaço pra armazenar tudo ao mesmo tempo. Vem também o desconforto da solidão, pois o que antes era contato, escassez, e lentidão, hoje virou distanciamento, abundância, e velocidade. Dessa forma, temos demais pra escolher, não sabemos bem o que queremos, e o especial, ficou guardado em uma utopia longínqua. Ficou virtual.
Foi então que, pra não perder esse desejo ilimitado, de ter se muito, em pouco tempo, que surgiu o relacionamento aberto.
Onde você pode amar uma pessoa, mas suprir seus desejos atrativos desde que dentro de um limite estabelecido pelo casal, ambos estejam de acordo, assim não haverá traição.
Eu como não sou extremista, não gosto de radicalismos, apenas tento entender, como uma outra visão das coisas, um outro modo de pensar e de agir, apesar de que ainda me parece muito subversiva essa forma de amar.
Seria imaturidade, pra não encarar a realidade dos fatos, o medo de se relacionar, talvez por frustrações passadas, por não acreditar na fidelidade?
Mas também, o que seria de fato fidelidade? Um romance morno, onde as coisas continuam por debaixo dos panos como antigamente?
Realmente, o ser humano é mais complexo do que se imagina, visto que em uma mesma cultura, existem tantas diversidades de pensamentos.
Acho que a cumplicidade e a felicidade de ambos, è o que mais importa, se os dois estão plenamente satisfeitos, independente da relação que se tem, então não há regras ou convenções, que denominam como eles deveriam agir.
Apenas acho que relacionamento aberto, perde um pouco da magia, do acreditar, visto que, nem se da à chance de tentar criar um vinculo a dois, tudo se baseia no exterior. Claro que de uma forma generalizada, porque nem todo começo é igual, cada pessoa vive uma história em particular.
Apesar, de haver tantas controvérsias a respeito, e muitos livros onde se intitula que ninguém pertence a ninguém, que tudo é passageiro e que as pessoas não são propriedades, eu prefiro ir contra os clichés e estereótipos. Acho que a liberdade é necessária, protegendo o individualismo que cada pessoa merece ter, e isso é possível em qualquer tipo de relacionamento, onde exista muito diàlogo, amizade, paciência, e uma quantidade necessária, e não competitiva, de orgulho, visto que lidar com outro ser humano não é fácil, é um espelho pra si mesmo, e os defeitos são o enriquecimento que nos dá mais experiência. E essa experiência, tem que despertar o que há de melhor no outro, e não o contrário.
Mas não é difícil, dentro de um relacionamento aberto, acontecer a “confusão” dessa liberdade com promiscuidade, e acabar por banalizar algo, que poderia ser uma “indústria” promissora, visto que muitos casamentos já se tornaram falidos.
Eles pecam pelo excesso.

4 comentários:

Unknown disse...

Renata(alminha), você colocou um otimo tema, que as vezes escutamos falar mas não queremos acreditar. Só quem ja viu sabe que isso existe.

O que acontece nesse século é o individualismo. Cada um faz o que que quer e o que bem entende. Com isso ficamos carentes, porque tentamos procurar a pessoa perfeita, e isso não existe.
Então imaginamos a pessoa perfeita e as vezes encontramos em outro ser humano uma qualidade que sempre queriamos para nos completar. Com o passar do tempo descobrimos seus defeitos, e como somos individualistas não suportamos conviver com o defeito do proximo, logo vamos buscar em outr pessoa a qualidade que desejamos. E assim sucessivamente.

Por isso existe os relacionamentos abertos, para cada um se repor de suas necessidades.

Douglas Padilha disse...

belo texto.
uma visão aberta sobre um conceito que , pelo visto, veio pra ficar nesses tempos ''modernos''.

agora depende de nós, avaliarmos e nos adaptarmos a esse novo conceito, ou então repensarmos a respeito do que temos feito com nossas vidas amorosas.

beijos

Unknown disse...

realmente ree... um tema pra varias discussões... mas isso ja depende de um ponto de vista pessoal... q cai no indivudualismo como ali citado... e cada um faz no q bem entende... ^^

mas é o lance... existem várias formas de se amar... mas para mim.. o amor sempre foi contraditório.....

um beijo!!!!

Edson Marques disse...

Renata,

um belo texto, esse teu. Reflexivo, harmonioso na construção, bem escrito.

Escrevi um livro cujo título é "Manual da Separação". Gostai que você lesse.

Tem link no meu blog, à direita.

Abraços, flores, estrelas..